VÍDEO: Homem é executado dentro do carro enquanto conversava com jovem na calçada em MG

Homem morre baleado dentro do carro em Arcos, MG Francisco Bernardes de Oliveira, de 46 anos, foi morto na noite de terça-feira (16) na Rua Tenente Florêncio Nunes, no Bairro Brasília, em Arcos. Ele estava dentro do carro conversando com um homem do lado de fora quando um ocupante de outro veículo, que parou ao lado, atirou várias vezes. Francisco, natural de Belo Horizonte, foi encontrado por policiais. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp No momento do crime, Francisco conversava com um jovem de 21 anos que, segundo a Polícia Militar, tem envolvimento com drogas. Ele ficou ferido e procurou atendimento em um hospital de Lagoa da Prata. O jovem não soube informar aos policiais quem cometeu o crime. O caso será investigado pela Polícia Civil. Giroflex PM Raiane Miranda LEIA MAIS: Criminosos trocam tiros com policiais durante perseguição em estradas no Centro-Oeste mineiro; um suspeito morreu 'Era inocente, acreditava nas pessoas', diz mãe de estudante achada morta em matagal em MG Jovem é morto a tiros de submetralhadora após sair de bar em MG VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas
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Quadrilha que faturou R$ 5 milhões em 1 ano com tráfico de animais falsificava documentos de autorização para venda

Quadrilha que faturou R$ 5 milhões em 1 ano com tráfico de animais falsificava documentos de autorização para venda A investigação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que durou um ano, indica que a quadrilha que faturou cerca de R$ 5 milhões com o tráfico de animais silvestres falsificava a documentação para vendê-los como se tivesse autorização do Ibama ou do Instituto Meio Ambiente para a prática. A operação São Francisco de Assis, apontada como a maior contra esse crime na história do país, prendeu 47 pessoas na terça-feira (16) e apreendeu cerca de 800 animais. A organização criminosa, com vínculo direto com a facção Comando Vermelho, tirava animais de seus habitats naturais no Nordeste, Norte e Centro Oeste do Brasil, além de Minas Gerais, no Sudeste. Em um vídeo, apreendido no celular de um dos investigados, os bugios aparentam uma tranquilidade incomum para um animal silvestre capturado. As investigações mostram que, para deixá-los mansos, os bandidos dopavam os macacos com calmantes controlados comprados sem receita. Além dos bugios, a quadrilha vendia macacos da espécie mão-de-ouro e macaco prego, que chegavam a custar R$ 50 mil. Eles eram negociados ilegalmente, com documentos falsos. A lei brasileira permite a compra de animais silvestres, mas somente de criadouros autorizados pelo Ibama ou pelo Instituto Estadual do Ambiente- o bicho jamais pode ser capturado da natureza, como no caso da quadrilha. Diversos certificados falsos foram apreendidos. Segundo a investigação, para vender os pássaros eles falsificavam as anilhas, que são colocadas no pé das aves e precisam ser certificados pelo Ibama. Em uma das negociações, Leandro de Jesus, o Sheik, preso ano passado, reclama da qualidade da falsificação. “O bagulho já é falso, ainda vai fazer um bagulho de qualquer jeito?”, questiona ele. Filhotes de papagaio eram vendidos em caixas em esquema de tráfico de animais Reprodução Com alto poder de investimento e proteção armada garantida pelo Comando Vermelho, o grupo faturou R$ 5 milhões em apenas um ano, segundo as investigações. Apenas um vendedor teria vendido 45 mil animais nesse período. O delegado André Prates, titular da DPMA, explicou como eram as funções de cada um desses grupos na organização criminosa, citando o exemplo de como eram capturadas as aves vendidas pelos traficantes de animais: "Tinham mateiros que recolhiam, no extrativismo animal, centenas de ovos de aves que estavam prestes a nascer. Eles forçam o nascimento abrupto dessas aves através de câmaras luminosas em estufas improvisadas, e elas são alimentadas para ter o mínimo de resistência", disse o delegado. "Os animais são colocados em boleias de caminhão por outro grupo e levados para centros urbanos. Quando chegam no Rio de Janeiro, são receptados por essas lideranças que a gente conseguiu prender", acrescentou. "Esses receptadores regionais recebem centenas de animais e distribuem para receptadores locais, até que esses animais chegam nas feiras livres e feiras virtuais por supostos amantes de animais. " Segundo a polícia, primatas, araras e tartarugas eram os principais animais vendidos no esquema. Tartarugas estavam entre animais vendidos no esquema investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público Reprodução 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça TH Joias envolvido Um dos alvos de busca foi o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, TH Joias, preso em outra operação há duas semanas. Thiego Raimundo de Oliveira Santos, o TH Joias, no Sistema Penitenciário do RJ Reprodução Segundo a polícia, ele teria comprado 4 macacos, além de se envolver em outros crimes. "Ele estava também envolvido na compra, aquisição e intermediação de primatas", afirmou o Secretário de Polícia Civil, Felipe Curi. Em um dos diálogos entre criminosos, um deles cita o macaco que estaria em posse de TH Joias: "Filhotão bonito. Macaco não é burro não. Macaco aprende tudo. Vê com os amigos como o bicho está espertão. Vê o do TH Joias como que é." MPRJ denunciou 59 pessoas Alguns dos bichos resgatados na Operação São Francisco Reprodução/TV Globo O Ministério Público, através da promotora Elisa Pitarro, da promotoria de investigação penal da Baixada Fluminense, identificou os municípios de Duque de Caxias e Belford Roxo como de alta incidência dos crimes envolvendo o tráfico de animais silvestres. O MP denunciou 59 pessoas em maio deste ano e pediu a prisão de 51 pessoas. As investigações do MPRJ citaram a existência do esquema em diversos municípios da Região Metropolitana e Região dos Lagos do Rio de Janeiro, dezenas de bairros da capital, além de estados como Bahia, Pernambuco, Sergipe, Goiás e Minas Gerais. As investigações apontaram que os animais eram transportados em péssimas condições. Um homem foi preso em flagrante transportando 163 aves silvestres em sacolas fechadas, com pouco ou nenhum acesso a ar. Outros animais eram levados para ser vendidos em caixas apertadas, pequenas gaiolas e carros lotados. O resultado eram altas taxas de mortalidade devido a sufocamento, calor, fome e maus-tratos durante as longas viagens, inclusive entre estados.
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Suspeito de matar jovem que ia para o trabalho é investigado por pelo menos mais duas mortes, diz delegado

Homem considerado pela polícia um serial killer é suspeito de três mortes O suspeito de matar a jovem Elisângela Silva de Sousa, de 26 anos, que ia para o trabalho, em Rio Verde, no sudoeste do estado, é investigado por participação em pelo menos mais duas mortes. O delegado Adelson Candeo confirmou ao g1 que Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, é investigado em outros dois crimes. "Tem três crimes em Rio Verde, praticados durante a madrugada, contra mulheres, em terrenos baldios, com violência sexual, com a vítima encontrada sem roupa, com agressões extremas na região da cabeça, tentativa de asfixia por estrangulamento e tentativa de ocultação de cadáver", narrou o delegado. Em nota, a Defensoria Pública de Goiás, que está representando Rildo, disse que não vai comentar o caso. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp Segundo o delegado, são crimes que têm uma assinatura muito específica e com características parecidas. O delegado considera ainda que podem aparecer mais vítimas e outros crimes ligados a Rildo. Suspeito de matar jovem a caminho do trabalho a agrediu com 'extrema violência e barbaridade’, diz delegado Reprodução/TV Anhanguera LEIA TAMBÉM: ENTENDA: Jovem é encontrada morta em terreno após sair de madrugada para trabalhar, diz polícia INVESTIGAÇÃO: Suspeito de matar jovem a caminho do trabalho a agrediu com 'extrema violência e barbaridade’, diz delegado Suspeito de matar jovem que ia para o trabalho foi preso ao voltar ao local do crime; vídeo Uso de disfarce e violência: polícia traça o perfil de suposto serial killer de Rio Verde Entenda o caso Rildo Soares dos Santos é suspeito de matar Elisângela Silva de Sousa enquanto ela ia para o trabalho. A jovem de 26 anos foi encontrada morta em um lote baldio na quinta-feira (11), em Rio Verde. Segundo a Polícia Civil, ela foi abordada por Rildo, que anunciou um assalto e a obrigou a ir com ele até um terreno baldio. O delegado Adelson Candeo declarou que o suspeito agrediu Elisângela com extrema violência e barbaridade. Em depoimento para a Polícia Civil, o suspeito negou que quisesse matar a jovem, alegando que ela caiu. Segundo Adelson, Rildo deve responder por feminicídio, furto e ocultação de cadáver, além de latrocínio (roubo seguido de morte). A polícia também investiga se o suspeito cometeu violência sexual contra Elisângela. O que diz o suspeito O delegado contou ainda que Rildo negou ter praticado violência sexual, mas confirmou a ocultação de cadáver. Em depoimento, ele teria declarado que a abordou anunciando um assalto, dizendo que só queria a bolsa e o celular, e a conduziu a um terreno baldio. “Lá, ela teria entrado em luta corporal com ele, e caiu e bateu a cabeça. Essa é a versão dele. Depois, ele escondeu o corpo dela e tirou a calça dela para dificultar a localização, já que a calça dela era vermelha e destoava do terreno. Entretanto, o corpo dela estava completamente enterrado”, contou o delegado. Elisângela era do interior da Bahia e havia se mudado para Rio Verde para trabalhar Divulgação/ Polícia Civil 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
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'Filho, transfere a propina': veja mensagens que ajudaram PF a descobrir fraudes na mineração

Operação criminosa operava por meio de empresas de fachadas e laranjas, diz PF A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (17) ordens de prisão e mandados de busca e apreensão durante uma operação sobre fraudes de licenças ambientais no setor de mineração. Segundo a PF, trocas de mensagens ajudaram a confirmar um esquema que pagou mais de R$ 3 milhões em propinas a servidores públicos (leia abaixo). Em uma das conversas, uma das investigadas pede ao filho que seja feita a transferência de R$ 7,5 mil de propina. Entre os principais investigados estão: Rodrigo de Melo Teixeira: delegado da Polícia Federal em MG e apontado como gestor oculto das empresas Gmais e Brava; envolvido em negociações ilegais e uso indevido da PF. Gilberto Horta: articulador externo e intermediário de propinas. Úrsula Deroma: controladora da Brazmine e intermediadora de cessões minerárias. Phillipe Deroma Furtado: operador financeiro da organização e filho de Úrsula. Marcos Arthur Mendonça: marido de Úrsula, executor de pagamentos ilícitos. Hidelbrando Canabrava Rodrigues Neto: sócio da Brava e articulador de corrupção. Marconi Tarbes Vianna: ex-diretor da Vale. Kelly Batista: delegada da PF mobilizada por Rodrigo para ações policiais sem respaldo formal. Outro alvo da operação foi o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso, e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra. O g1 entrou em contato com as defesas dos investigados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Os mandados foram cumpridos em Minas Gerais, no Distrito Federal, em Alagoas e no Rio de Janeiro. Até a última atualização desta reportagem, havia 15 presos e 2 foragidos. PERFIS: veja quem foram os alvos da operação ENTENDA: Justiça bloqueou mais de R$ 1,5 bilhão Trocas de mensagens O g1 e a TV Globo tiveram acesso à representação criminal apresentada pela Polícia Federal à Justiça. Durante as investigações, a PF interceptou mensagens que ajudaram a revelar o funcionamento da organização criminosa. As conversas mostram como os investigados articulavam o pagamento de propinas, negociavam licenças ambientais e ocultavam a participação de servidores públicos em empresas de fachada, além de evidenciarem o uso do aparato da própria polícia para interesses privados. Veja, abaixo, alguns trechos das conversas: "Filho, se puder transfere a propina de R$ 7.500, por favor" Pelo WhatsApp, Úrsula Deroma solicitou ao filho Phillipe que transferisse R$ 7,5 mil a Gilberto Horta. Conforme a PF, o valor foi identificado como propina para liberação da autorização de manejo de fauna do Projeto Bela Vista, um empreendimento minerário na cidade de Bela Vista de Minas. Troca de mensagens entre Úrsula Demora e o filho Reprodução/TV Globo "Vamos manter um arquivo digital de todos os documentos do Projeto Topázio aqui no grupo Gmais" De acordo com as investigações, o delegado Rodrigo Teixeira, embora não fosse sócio formal da Gmais, coordenava ativamente as ações da empresa e fazia negociação com outros empresários. Em mensagens em um grupo de WhatsApp, ele demonstrou controle sobre a gestão do negócio, organizando documentos e orientando os demais membros sobre suas atividades. Trecho de representação criminal da PF associa delegado à Gmais, empresa onde ele seria gestor oculto Reprodução "Eu consegui um contato lá na ANM, e fechei dois alvarás, R$ 8 mil por cada um" Em outra troca de mensagens, Úrsula Deroma relatou ao filho Phillipe uma negociação direta com um servidor da ANM para a liberação de alvarás. A emissão do documento estava condicionada ao pagamento de R$ 16 mil. "Eu consegui um contato lá na ANM, e fechei dois alvarás, R$ 8 mil por cada um", disse investigada ao filho Reprodução "Essas são as DAEs para pagar... depois a gente transfere nossa parte" Via WhatsApp, Gilberto Horta enviou boletos de taxas ambientais e orientou os demais envolvidos no esquema. Para a PF, as mensagens mostram como ele centralizava a logística dos pagamentos, inclusive os ilícitos, e exercia influência sobre servidores de órgãos ambientais, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Via WhatsApp, Gilberto Horta enviou boletos de taxas ambientais e orientou os demais envolvidos no esquema sobre o pagamento Reprodução Operação Rejeito PF prende diretor da Agência Nacional de Mineração em operação que investiga corrupção no setor A operação faz parte de uma investigação que identificou uma organização criminosa que atua no setor de mineração para fraudar licenças ambientais por meio de pagamento de propina para agentes públicos em nível federal e estadual. A Justiça Federal determinou o sequestro e o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão. Em Minas, foram 17 alvos, sendo que alguns deles possuíam mais de um mandado, e 15 presos, segundo apuração da TV Globo (veja quem são mais abaixo). Duas pessoas estão foragidas. O inquérito foi aberto em 2020 e apontou que, para agir impunemente e ampliar os negócios, o grupo criminoso corrompeu integrantes de diversos órgãos, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros. Conforme a investigação, mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos. Alguns dos alvos são suspeitos de receber mesada para favorecer os interesses da organização. Por nota, a ANM afirmou que não houve comunicação oficial à agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes (veja a íntegra da nota ao fim da reportagem). Perfil dos envolvidos Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso. Alan Cavalcante do Nascimento Reprodução Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) desde 2020. Ele é advogado especialista em direito ambiental. O Plenário do Senado aprovou, em 2023, a nomeação de Caio para a diretoria da Agência Nacional de Mineração (ANM). Na época, foram 48 votos favoráveis e 11 votos contrários. Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) Divulgação/ANM João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. Foi suplente de 04/02/2015 a 03/05/2016 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Entre 2013 e 2014, foi secretário nacional de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. Clarissa Barçante/ALMG Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de Minas Gerais (PF-MG). É suspeito de se ser sócio de uma empresa de mineração que fazia parte do esquema. Teixeira foi secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (2015-2016) e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (2016-2018). Em 2018, assumiu a Superintendência da Polícia Federal e, posteriormente, atuou como secretário adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte/MG (2019-2022). Entre 2023 e 2024, foi diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal. Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de MG Reprodução/TV Globo Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Lasmar também foi diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacias da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Superintendente de Fiscalização Ambiental Integrada e chefe de Gabinete da Fundação Estadual do Meio Ambiente. Breno Esteves Lasmar Ricardo Barbosa/ALMG Fernando Benício de Oliveira Paula, membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Fernando é conselheiro da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, cadastrada no estado de Minas Gerais como entidade Socioambiental. Fernando Benício de Oliveira Paula Fábio Ortolan/ACMinas Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Baliani também atuou como superintendente de Apoio à Regularização Ambiental e presidente da Câmara de Atividades Industriais, em 2023. Fernando Baliani da Silva Alexandre Netto/ALMG Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa mineração Gute Sicht e apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento. O que diz a ANM "A Agência Nacional de Mineração (ANM) tomou conhecimento, pela imprensa, de operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira (17). Até o momento, não houve comunicação oficial à Agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios", informou. Casa de empresário alvo de operação contra esquema em mineração tem lago artificial, piscina e carpas PF/Divulgação A Polícia Federal prendeu 15 suspeitos numa operação contra a mineração ilegal em MG Reprodução/TV Globo Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG Arte/g1
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Mulher condenada por mandar matar ex-marido no Grande Recife é presa na Itália pela Interpol 20 anos depois do crime

Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Reprodução/TV Globo Uma mulher condenada por mandar matar o ex-marido em Paulista, no Grande Recife, foi presa na Itália 20 anos depois do crime. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Flávia Alves Musto estava na lista vermelha da Interpol e aguarda a análise de um processo de extradição. Ela foi apontada como mandante do assassinato de Isaías de Lira, morto a tiros numa estrada de terra no bairro de Maranguape II, em 14 de agosto de 2005. Segundo os autos do processo, a mulher contratou pistoleiros para executar a vítima porque não queria aceitar o fim do relacionamento. O g1 tenta contato com a defesa de Flávia Alves Musto. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE De acordo com o TJPE, a prisão aconteceu no sábado (13), na província italiana de Pisa, mas só foi informada pela Interpol na terça-feira (16). A instituição informou também que, após ser detida, a mulher foi encaminhada para uma unidade prisional italiana e está à disposição do Tribunal de Apelação de Florença. Flávia Alves Musto estava foragida desde 2019, quando foi condenada pela Vara Criminal de Paulista por homicídio qualificado, com as agravantes de "motivo fútil" e "recurso que impossibilitou a defesa da vítima". O g1 perguntou ao TJPE a quantos anos de prisão ela foi condenada, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a inclusão da ré na lista de "Difusão Vermelha" da Interpol decorreu de diligências articuladas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) com a Promotoria de Justiça. LEIA TAMBÉM Empresário pernambucano procurado pela Interpol por violência doméstica é preso nos EUA Segundo os autos do processo, o relacionamento de Flávia e Isaías era "muito tumultuado" e foi marcado por brigas. Conforme a denúncia do MPPE, durante os dois anos de relacionamento, eles se separaram, ao menos, sete vezes por conta do ciúme, possessividade e agressividade da ré. De acordo com as investigações, a mulher decidiu praticar o crime após saber que a vítima estava envolvida em um novo romance. Ainda segundo o processo, dias antes do crime, Flávia fez ameaças à vítima e buscou informações sobre o ex-marido e os locais frequentados por ele. ⬇️ Saiba, no vídeo abaixo, por que os crimes prescrevem: Por que os crimes prescrevem? I g1 Explica VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias
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Ex-delegado executado liderava projetos para reduzir gastos públicos em Praia Grande, diz prefeito

Ex-delegado Ruy Ferraz Fontes foi assassinado enquanto ocupava cargo de secretário de Administração de Praia Grande Reprodução e Prefeitura de Praia Grande O ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado por criminosos em Praia Grande, no litoral de São Paulo, trabalhava para reduzir gastos públicos à frente da Secretaria de Administração da cidade. Segundo o prefeito Alberto Mourão (MDB), a vítima desenvolvia três projetos que poderiam resultar na economia de R$ 15 milhões por ano. Ruy foi executado na noite de segunda-feira (15), após cumprir expediente na prefeitura. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que dois suspeitos já foram identificados, mas ninguém havia sido preso até a última atualização desta reportagem. A Polícia Civil tem duas linhas principais de investigação: uma possível vingança pela atuação de Ruy contra chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e a reação de criminosos insatisfeitos com medidas adotadas por ele na Secretaria de Administração de Praia Grande (SP). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Segundo Mourão, entre os principais projetos conduzidos por Ruy estava a renovação da frota municipal de veículos, com a substituição de automóveis movidos a combustível por elétricos. “Ele estava tocando esse projeto que era prioridade para mim”, afirmou. O prefeito também destacou que o secretário trabalhava na implantação de um sistema de "Uber Empresarial", para reduzir a frota, além da criação de uma central de chamadas para os veículos oficiais. “Era a prioridade do meu governo para a redução de gastos”, completou. Ruy Ferraz Fontes é executado com mais de 20 tiros no litoral de SP Segundo a Prefeitura de Praia Grande, a ideia era colocar os projetos em prática no decorrer da atual gestão, mas sem data prevista. Perguntado sobre eventuais planos para um futuro substituto no cargo de secretário de Administração, Mourão afirmou que o município está "respeitando o luto" e ainda não discute o assunto. Motivação Ao g1, Mourão afirmou anteriormente que não acredita que a morte do ex-delegado tenha relação com o cargo que ele ocupava na prefeitura, uma vez que Fontes cuidava de compras, recursos humanos e patrimônio à frente da secretaria. "Ele estava tranquilo, não contrariou interesse de ninguém", afirmou o prefeito, dizendo que não soube de nenhum problema relacionado ao ex-delegado na administração. "Se tivesse sido algum problema administrativo, os caras não iam vir com três metralhadoras". Prefeito Alberto Mourão falou sobre a execução do secretário de Administração, e ex-delegado-geral, Ruy Ferraz. Prefeitura de Praia Grande e Reprodução Dr. Ruy na Secretaria de Administração Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que a gestão de Fontes à frente da Secretaria de Administração foi marcada por medidas voltadas aos servidores municipais, como a aprovação de planos de carreira, programas permanentes de capacitação e o fortalecimento do diálogo com o sindicato da categoria. Segundo o município, ele também implantou ferramentas tecnológicas para dar mais transparência à gestão, como o Diário Oficial Eletrônico. De acordo com a prefeitura, a Secretaria de Administração é responsável por coordenar as atividades de apoio administrativo, abrangendo o processo de desenvolvimento de informática e de tecnologia da informação. Segundo o município, a pasta promove também o "aprimoramento organizacional e centraliza o tratamento das questões de pessoal e desenvolvimento de recursos humanos". Execução O assassinato de Ruy Ferraz Fontes ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Outras câmeras flagraram o momento em que três criminosos portando fuzis desembarcam de uma caminhonete que estava logo atrás do carro de Ruy Ferraz e atiram contra o ex-delegado (veja abaixo). Infográfico: criminosos fazem tocaia antes de iniciar ataque e perseguição ao delegado Arte/g1 Quem era Ruy Ferraz Fontes Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Ruy Ferraz Fontes em SP Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos
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Suspeita de buscar fuzil usado na execução do ex-delegado Ruy Ferraz é presa temporariamente em SP

Justiça concede prisão temporária de mulher suspeita de ter transportado uma das armas usadas na execução de ex-delegado geral da polícia de São Paulo A mulher suspeita de participação na morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado em uma emboscada no litoral paulista, foi presa temporariamente na madrugada desta quinta-feira (18). A Justiça decretou a prisão após pedido da investigação. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp Ela deixou o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito. A mulher deixou o DHPP já algemada. (Veja no vídeo acima). Ela passará a noite no 6º DP, do Cambuci, no Centro da capital paulista. A mulher chegou ao DHPP para prestar depoimento nesta quarta (17) por volta das 17h30. Ela estava com uma blusa cobrindo o rosto, não usava algemas e estava escoltada por diversos agentes da Polícia Civil. A TV Globo apurou ainda que a suspeita afirmou ser namorada de um dos suspeitos de envolvimento no crime. Também foram encontradas, no celular dela, fotos do fuzil usado na execução. Ela teria ido buscar na Baixada Santista um dos fuzis usados no crime. Mais cedo, a polícia realizou uma operação para prender dois suspeitos de envolvimento no assassinato de Ruy Ferraz. O delegado Rogério Tomás, responsável pela investigação, confirmou que a Justiça de São Paulo já decretou a prisão temporária dos dois identificados até agora. Equipes do DHPP, em conjunto com agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), estão à frente da operação. Mais cedo, a mãe e o irmão de um dos suspeitos foram ouvidos pela polícia. O teor dos depoimentos não foi divulgado. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e de cidades da Grande São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública. Uma das hipóteses investigadas pelas autoridades é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte. Um dos suspeitos identificados pela polícia já passou por uma ala de presídio controlada pelo PCC, segundo informação do promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. Outra é a de que o ex-policial possa ter sido emboscado e morto por desafetos em razão do seu trabalho como secretário em Praia Grande, cidade onde foi assassinado. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que "dois envolvidos já foram identificados e tiveram o pedido de prisão temporária decretado pela Justiça. Testemunhas e familiares dos suspeitos estão sendo ouvidos". A pasta acrescentou que "detalhes sobre as ações policiais serão preservados para não comprometer as investigações". Polícia Civil de SP nesta quarta-feira (17) Sem escolta Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP O assassinato dele reacendeu o debate sobre a segurança de autoridades que atuaram no combate ao crime organizado. A execução foi gravada por câmeras de segurança (veja vídeo acima). O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC. Cerca de 20 anos depois, ele esteve à frente, com outras autoridades, da criação da força-tarefa para tentar localizar e prender André Oliveira Macedo, o André do Rap. PCC tinha planos para matar ex-delegado, investigadores e promotores desde o início de 2000 Até o momento não há suspeitas de que Marcola, André do Rap ou outro integrante da facção possam estar envolvidos na morte de Ruy. Conheça as linhas de investigação do assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes Suspeita de buscar fuzil usado na execução do ex-delegado Ruy Ferraz é alvo de pedido de prisão temporária Reprodução/TV Globo
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Lago artificial, piscina e carpas: veja casa de empresário alvo de operação contra esquema em mineração

Veja casa de empresário alvo de operação contra esquema em mineração A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (17) ordens de prisão temporária e mandados de busca e apreensão durante uma operação sobre fraudes de licenças ambientais no setor de mineração. Um dos alvos foi o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso. A casa do investigado fica em um condomínio de luxo em Maceió (AL). Imagens divulgadas pela PF mostram o interior do imóvel, que tem um lago artificial, uma grande piscina e até um espelho d'água com carpas na parte de trás (veja vídeo acima). Entre os presos na operação também está o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, suspeito de ser sócio de uma empresa que teria se beneficiado do esquema, e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra (leia mais abaixo). Operação Rejeito PF prende diretor da Agência Nacional de Mineração em operação que investiga corrupção no setor A operação faz parte de uma investigação que identificou uma organização criminosa que atua no setor de mineração para fraudar licenças ambientais por meio de pagamento de propina para agentes públicos em nível federal e estadual. A Justiça Federal determinou o sequestro e o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão. Em Minas, foram 17 alvos, sendo que alguns deles possuíam mais de um mandado, e 15 presos, segundo apuração da TV Globo (veja quem são mais abaixo). Duas pessoas estão foragidas. O inquérito foi aberto em 2020 e apontou que, para agir impunemente e ampliar os negócios, o grupo criminoso corrompeu integrantes de diversos órgãos, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros. Conforme a investigação, mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos. Alguns dos alvos são suspeitos de receber mesada para favorecer os interesses da quadrilha. O g1 entrou em contato com as defesas dos investigados, mas não obteve retorno até o fim desta reportagem. Por nota, a ANM afirmou que não houve comunicação oficial à agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. Veja, abaixo, quem são os envolvidos nos crimes: Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso. Alan Cavalcante do Nascimento Reprodução Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) desde 2020. Ele é advogado especialista em direito ambiental. O Plenário do Senado aprovou, em 2023, a nomeação de Caio para a diretoria da Agência Nacional de Mineração (ANM). Na época, foram 48 votos favoráveis e 11 votos contrários. Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) Divulgação/ANM João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. Foi suplente de 04/02/2015 a 03/05/2016 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Entre 2013 e 2014, foi secretário nacional de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema. Clarissa Barçante/ALMG Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de Minas Gerais (PF-MG). É suspeito de se ser sócio de uma empresa de mineração que fazia parte do esquema. Teixeira foi secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (2015-2016) e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (2016-2018). Em 2018, assumiu a Superintendência da Polícia Federal e, posteriormente, atuou como secretário adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte/MG (2019-2022). Entre 2023 e 2024, foi diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal. Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal de MG Reprodução/TV Globo Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Lasmar também foi diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacias da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Superintendente de Fiscalização Ambiental Integrada e chefe de Gabinete da Fundação Estadual do Meio Ambiente. Breno Esteves Lasmar Ricardo Barbosa/ALMG Fernando Benício de Oliveira Paula, membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Fernando é conselheiro da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, cadastrada no estado de Minas Gerais como entidade Socioambiental. Fernando Benício de Oliveira Paula Fábio Ortolan/ACMinas Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). Baliani também atuou como superintendente de Apoio à Regularização Ambiental e presidente da Câmara de Atividades Industriais, em 2023. Fernando Baliani da Silva Alexandre Netto/ALMG Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa mineração Gute Sicht e apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento O que diz a ANM "A Agência Nacional de Mineração (ANM) tomou conhecimento, pela imprensa, de operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira (17). Até o momento, não houve comunicação oficial à Agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios", informou. Casa de empresário alvo de operação contra esquema em mineração tem lago artificial, piscina e carpas PF/Divulgação
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Investigação aponta que piloto de helicóptero que caiu na Serra da Cantareira tinha usado cocaína e remédio para dormir

Destroços do helicóptero que caiu na Zona Norte de São Paulo nesta sexta Divulgação/Corpo de Bombeiros A queda de um helicóptero que matou piloto e copiloto na região do Pico do Jaraguá, Zona Norte de São Paulo, em agosto de 2022, não ocorreu por falha mecânica, mas por uma combinação de fatores envolvendo condições meteorológicas, planejamento de voo inadequado e decisões de pilotagem falhas. O uso de cocaína e medicamentos psicoativos pelo piloto também pode ter comprometido a concentração e a capacidade dele no comando da aeronave. É o que aponta o relatório final da investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgado em 2 de setembro. O helicóptero era um Agusta 109-E, prefixo PP-JMA, fabricado em 2010 e com capacidade para sete passageiros. Ele decolou do Heliponto Helicidade com destino ao Heliponto Fazenda em Extrema, Minas Gerais, às 20h58, para buscar o presidente do grupo XP, Guilherme Benchimol. Contudo, durante o voo, a aeronave colidiu contra um morro localizado no conjunto de montanhas da Serra da Cantareira, em Caieiras, Grande São Paulo, área limítrofe com a Zona Norte da capital paulista, na região do Pico do Jaraguá. O relatório enfatiza que o tipo do acidente foi "voo controlado contra o terreno", que é quando uma aeronave, embora aparentemente em voo normal, com motores e todos os sistemas do avião ainda em perfeito funcionamento, acaba colidindo. Neste caso, contra um morro. Conforme o g1 apurou, equipes do Corpo de Bombeiro foram até o local, mas encontraram o piloto e o copiloto sem vida. A rota do voo e condições do helicóptero Queda de helicóptero aconteceu na região do pico do Jaraguá, Zona Norte de São Paulo, perto de uma torre de alta tensão no dia 5 de agosto de 2022 Reprodução/Cenipa Segundo o relatório do Cenipa, o helicóptero decolou com combustível suficiente e estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido. Ambos os motores funcionavam corretamente, e o transponder (que ajuda o controle de tráfego aéreo a identificar, rastrear e monitorar aeronaves) transmitia normalmente até a colisão. Entretanto, não havia sido transmitido plano de voo ao Controle de Tráfego Aéreo, e o copiloto não era funcionário formal do operador. Durante o trajeto, a aeronave desviou-se das rotas regulamentadas, seguindo em voo visual em condições noturnas e com visibilidade reduzida. 🔍O voo visual é um tipo de operação em que o piloto navega principalmente observando referências visuais no terreno, como estradas, rios, prédios e outros pontos de referência, sem depender exclusivamente de instrumentos de navegação. Cinco minutos antes da colisão, o teto de nuvens em São Paulo, localizado a cerca de 24 quilômetros do local do acidente, estava a apenas 300 pés (aproximadamente 90 metros) de altura, criando condições extremamente desfavoráveis para a navegação visual. A baixa luminosidade do voo noturno, combinada com nuvens baixas, dificultou a percepção do terreno pelo piloto. "As restrições de teto e visibilidade no local do acidente também foram confirmadas por um helicóptero do CAvPM. Logo após o acidente, uma aeronave do Comando de Aviação tentou alcançar o local da ocorrência, no entanto, as condições meteorológicas desfavoráveis impediram o sobrevoo em função da camada de nuvens que envolvia o local do acidente. A análise das condições meteorológicas revelou que a combinação de nebulosidade baixa, precipitação e baixa luminosidade foram elementos que contribuíram para o acidente", enfatiza a investigação. Fatores humanos e decisões de pilotagem O relatório do Cenipa ainda detalha que o piloto adotou a prática do voo “visumento”, termo coloquial usado quando o piloto, intencionalmente, entra em áreas de visibilidade limitada ou nula, confiando nos instrumentos de navegação e nos sistemas de automação da aeronave, mas sem seguir as regras e os procedimentos adequados para um voo por instrumento, operação em que se utiliza exclusivamente os instrumentos de bordo para navegação e controle. Conforme a investigação, essa atitude foi inadequada, associada ao excesso de confiança e impulsividade. "A prática do voo 'visumento', por parte dos pilotos, refletiu dificuldades na sua forma de pensar, sentir e reagir em seu meio, indicando posturas inadequadas como a complacência, o excesso de confiança na automação, a impulsividade e a inobservância de regulamentos e procedimentos de segurança", concluiu o Cenipa. O exame toxicológico do piloto detectou presença de cocaína e de substâncias psicoativas em seu organismo, sendo os medicamentos Clonazepam, Venlafaxina e Zolpidem. Conazepam tem como principal propriedade a inibição leve das funções do sistema nervoso central, permitindo assim uma ação anticonvulsivante, sedação, relaxamento muscular e efeito tranquilizante, sendo utilizado normalmente como ansiolítico e sedativo. Venlafaxina é antidepressivo, e Zolpidem, usado no tratamento dos distúrbios do sono. Essas substâncias estão expressamente proibidas para a atividade aérea pela Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde, e referenciadas na IS nº 67-004, que versa sobre os requisitos para concessão de Certificado Médico Aeronáutico (CMA). O Cenipa aponta que o uso de entorpecente e dos medicamentos pode ter influenciado na concentração e capacidade do piloto, mas classificou como 'indeterminado' na conclusão sobre o uso nos fatores contribuintes. "O exame toxicológico do PIC [piloto em comando] identificou em seu organismo a presença de fármacos classificados como substâncias psicoativas, incluindo clonazepam, venlafaxina e zolpidem. Essas substâncias podem ter comprometido a capacidade cognitiva, o tempo de reação, a concentração e a tomada de decisão, dentre outros aspectos, do PIC", diz a investigação. E também destaca: "É possível que o uso de cocaína tenha degradado a capacidade do PIC [piloto] operar a aeronave de maneira adequada, contribuindo para a ocorrência". Além do uso de substâncias, o Cenipa apontou que desafios pessoais do piloto, como problemas familiares e estado depressivo, possivelmente afetaram sua capacidade cognitiva e emocional. "Os desafios pessoais enfrentados pelo PIC [piloto em comando], bem como o uso de substâncias psicoativas, podem ter impactado a sua capacidade cognitiva, bem como o humor e a consciência. Dessa forma, é possível que tais alterações tenham influenciado no desempenho e no processo decisório do PIC [piloto em comando] durante o voo". Já a falta de aderência às normas operacionais, regulamentos e regras de tráfego aéreo, a investigação destaca que contribuiu para o acidente. "O comportamento de prosseguir o voo visual em condições meteorológicas adversas, aliado ao uso de substâncias proibidas para a atividade aérea evidenciou uma conduta contrária aos preceitos de segurança e aos regulamentos estabelecidos pela autoridade aeronáutica." Condições meteorológicas e planejamento inadequado O helicóptero enfrentou teto baixo e visibilidade reduzida, condições desfavoráveis para voo visual noturno. O planejamento da rota e da altitude não levou em consideração essas restrições, aumentando o risco de colisão com o terreno. A operação fora das rotas regulamentadas, em voo noturno e sob nuvens baixas, criou um cenário propício para um voo controlado contra o terreno. Cronologia crítica do acidente Decolagem: aeronave abastecida e motores em funcionamento, plano de voo não transmitido e voo visual. Em rota: desvio das rotas regulamentadas, baixo teto de nuvens e visibilidade limitada e início de condições adversas. Cinco minutos antes da colisão: teto de 300 pés em São Paulo com dificuldade de percepção do relevo. Colisão: helicóptero atinge o cume de um morro com velocidade aproximada de 165 kt, o que equivale a aproximadamente 305,6 km/h, em voo controlado, resultando em destruição da aeronave e mortes dos dois pilotos. Fatores contribuintes para o acidente considerados pelo Cenipa Atenção: indeterminado Atitude: contribuiu Condições meteorológicas adversas: contribuiu Cultura do grupo de trabalho: indeterminado Estado emocional: indeterminado. Influências externas: indeterminado. Julgamento de pilotagem: contribuiu. Percepção: indeterminado. Planejamento de voo: contribuiu. Processo decisório: contribuiu. Uso de medicamento: indeterminado. Uso ilícito de drogas: indeterminado. Falta de Aderência às Normas: contribuiu. Recomendações de segurança Ao fim do relatório, o Cenipa recomenda que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgue os aprendizados da investigação, reforçando a necessidade de voos visuais apenas em condições meteorológicas seguras e a importância do planejamento de rota e altitude compatíveis com o voo noturno e VFR. "À Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), recomenda-se divulgar os ensinamentos colhidos nesta investigação durante os eventos de promoção da segurança operacional, objetivando difundir os riscos associados aos voos VFR [regras de voo visual] em condições restritas de visibilidade assim como a necessidade do cumprimento dos requisitos estabelecidos nas normas em vigor", disse a investigação. Já sobre o uso de entorpecentes e medicações proibidas, o Cenipa não mencionou em sua recomendação. Inquérito policial Após o acidente, a Polícia Civil abriu um inquérito policial para investigar o acidente de helicóptero como homicídio culposo. Foram ouvidos os donos da aeronave, testemunhas e parentes das vítimas. No dia 2 de setembro de 2024, o promotor de Justiça Marcelo Otávio Médici promoveu o arquivamento dos autos por ausência de justa causa para deflagração da ação. Pontuou que os peritos não conseguiram determinar os fatores que levaram à queda da aeronave e não encontraram irregularidade com relação aos registros das empresas e da aeronave. "Não há nos autos elementos seguros que possibilitem atribuir culpa criminal à empresa ou aos respectivos responsáveis, devendo a questão ser tratada na esfera cível, passível de indenização", alegou a promotoria. Entretanto, a família do copiloto manifestou-se contrariamente ao arquivamento e argumentou que a fundamentação não se sustenta devido à alegada ausência de investigação e à omissão do laudo necroscópico no laudo pericial técnico-científico. Em nota, o Ministério Público informou que Procuradoria-Geral de Justiça manteve a promoção de arquivamento determinada pelo promotor. "Após colher a defesa técnica que representa uma das partes, a PGJ concluiu que os fundamentos apresentados pelo promotor são procedentes", informou o órgão. Bombeiros trabalham no resgate de helicóptero na Zona Norte de São Paulo Corpo de Bombeiros/Divulgação Destroços do helicóptero que caiu na Zona Norte de São Paulo nesta sexta Corpo de Bombeiros/Divulgação
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