Comando Vermelho: como a facção se espalhou pelo Brasil e desafia o combate ao crime organizado no país

O Comando Vermelho nunca deixou de crescer desde quando surgiu dentro de um presídio no fim dos anos 1970. São mais de 4 décadas ampliando o domínio de territórios. O Fantástico mostrou como o crime organizado tem sido combatido ao longo desse tempo. As barricadas delimitam a fronteira entre dois mundos no Rio de Janeiro: de um lado, o território livre; do outro, a área controlada pelo crime organizado. Em diversas regiões da cidade, a polícia só consegue entrar à força, enfrentando intensos tiroteios. Quando as forças de segurança encontram esses obstáculos, o resultado é quase sempre o mesmo: a população fica no meio do fogo cruzado. Barricadas impedem a entrada de policias em comunidades do RJ Reprodução/Fantástico Mesmo após confrontos, o Estado não consegue se estabelecer nesses locais. O poder de impor o terror e o domínio territorial continua nas mãos dos criminosos. Uma dessas ações de enfrentamento ocorreu na megaoperação da última terça-feira (28). O objetivo era cumprir mandados de prisão nos Complexos do Alemão e da Penha e, inclusive, prender criminosos de outros estados que usam as favelas do Rio como esconderijo. O alvo da operação também é impedir o avanço do Comando Vermelho (CV), a facção criminosa mais antiga do Rio. O Secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, afirma que são desses dois complexos que partem todas as diretrizes e decisões da cúpula do Comando Vermelho para todo o país. A trajetória da facção na zona de controle O Comando Vermelho tem uma história de quatro décadas. A facção nasceu na década de 1970, dentro do presídio de Ilha Grande, no estado do Rio. Durante a ditadura militar, presos comuns e presos políticos dividiam as mesmas celas. A organização, que dizia combater a tortura nas cadeias, era a Falange Vermelha, que depois adotou o nome atual. Nos anos 1980, o dinheiro dos assaltos a banco financiou o investimento de um novo negócio: o tráfico de drogas. A Colômbia se torna a grande produtora de cocaína, e o Rio vira um dos centros das novas rotas. Com isso, o CV se fortalece e passa a dominar territórios. A coordenadora do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Geni/UFF), Carolina Grillo, explica que a grande circulação de dinheiro levou a uma disputas entre quadrilhas pelo controle. As disputas internas provocam divisões na facção e o surgimento de rivais. Surgem grupos como a ADA (Amigos dos Amigos), que perdeu força, e o Terceiro Comando, que deu origem ao TCP. O TCP é hoje o principal rival do CV no Rio. Tentativas de enfraquecer a facção, como a transferência de chefes para presídios federais em 2006, não impediram o crescimento do grupo. A operação de retomada dos complexos do Alemão e da Penha, em 2010, acabou por contribuindo para que o Comando Vermelho se espalhasse. O mapa de domínio da facção mostra que a fuga dos traficantes para a Baixada Fluminense e o interior do estado marcaram uma nova etapa de controle. Foi a mesma rota feita no confronto na última terça-feira, o mais sangrento já testemunhado pela cidade. Autoridades dizem que não vão recuar na pacificação do Complexo do Alemão O que se sabe e o que falta esclarecer sobre a megaoperação no RJ A partir de 2016, o Comando Vermelho rompeu relações com outra facção que domina o tráfico de drogas, o PCC. A disputa envolvia o controle das rotas no Norte do país e as alianças com outras facções locais. Naquele mesmo ano, o PCC assassinou o narcotraficante Jorge Rafaat, que dominava o tráfico na fronteira Brasil–Paraguai, e passou a controlar essa rota. O Comando Vermelho perdeu espaço nas fronteiras, mas manteve o crescimento no Rio — e passou a controlar regiões inteiras, principalmente na Zona Oeste, área que até então estava sob influência das milícias. A polícia diz que o traficante Doca, chefe da facção nos complexos da Penha e do Alemão, liderou a expansão para cerca de 50 territórios, entre bairros e favelas da capital e da Baixada Fluminense. Ele era um dos procurados na operação da semana passada, mas não foi preso. Hoje, o Ministério da Justiça registra a presença do Comando Vermelho em pelo menos 23 estados. E onde chega, o padrão se repete: a violência cresce com as disputas por território, os assassinatos e o domínio armado que se impõe sobre comunidades inteiras. Mapa do Comando Vermelho no Brasil Reprodução/Fantástico O governo do Rio afirma que, a partir de 2020, o combate ao crime organizado ficou mais difícil por causa da ADPF 635 — decisão do Supremo Tribunal Federal que impôs regras e limites às operações policiais nas favelas, após denúncias de mortes de inocentes e abusos. Segundo o governo, nesse cenário de menor repressão, os traficantes se reestruturaram, se armaram ainda mais e ampliaram o domínio sobre novos territórios. Mas, no enfrentamento às facções que aterrorizam populações inteiras, um dado chama atenção: o investimento em inteligência policial no estado, registrado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 2024, o próprio governo do Rio declarou ter investido menos de R$ 16 milhões em informação e inteligência — R$ 15,8 milhões. Enquanto isso, estados muito menores, como Acre e Rondônia, aplicaram mais de R$ 300 milhões. Em São Paulo, o investimento declarado passou de R$ 1 bilhão. Segundo o governo do Rio, o valor informado no Anuário pode ter sido resultado de uma classificação orçamentária, já que o investimento total em segurança pública foi muito maior. O estado afirma que só as câmeras corporais custaram mais do que o valor citado. Em nota, o governo complementou a informação: disse que investiu R$ 53 milhões em inteligência apenas nas polícias e, nos últimos cinco anos, R$ 4,5 bilhões em tecnologia. O que dizem especialistas? Na avaliação de especialistas, as megaoperações, em que a polícia entra e depois se retira, não bastam para conter o avanço do crime organizado. O coordenador de Urbanismo Social e Segurança Pública do Insper, Ricardo Balestreri, explica que as megaoperações começaram na década de 90, e que, em sua e experiência, os territórios invadidos estarão totalmente normalizados pelo crime em uma ou duas semanas. "O povo precisa da polícia. A polícia é um direito que o povo tem para cuidar dos seus outros direitos. Agora, a polícia tem que ser de proximidade", afirma o especialista. O secretário de Segurança Pública do RJ, Victor Santos, afirma que o Estado não tem condições de manter policiais dentro das comunidades de forma permanente. ISSO É FANTÁSTICO O podcast 'Isso É Fantástico' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o 'Isso É Fantástico' no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo.
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Quem é Doca: chefe do Comando Vermelho e comandante da 'Tropa do Urso'

Com perfil violento Doca do CV é temido até por comparsas O principal alvo da megaoperação de terça-feira (28), no Rio de Janeiro, no Complexo da Penha conseguiu escapar. Com um perfil violento, Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca, ou “Urso”, é temido até por comparsas e possui uma longa ficha criminal e 26 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Respectivamente: Doca, BMW e Gardenal estão foragidos Reprodução Fantástico Quem é o Doca? Edgar tem 55 anos e nasce na cidade de Caiçara, na Paraíba. Ele chegou ao Rio nos anos noventa, onde entrou para o tráfico no Morro São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense. Impõe seu poder na comunidade à força, com extermínio e homicídio de desafetos e de moradores, impondo a Lei do Silêncio e sua sanha expansionista. Áudio de Doca foi interceptado pelas Forças Reprodução Fantástico Foi preso pela polícia uma única vez: em 2007, no dia de seu aniversário, depois de mais de 11 horas de troca de tiros com a polícia na Vila Cruzeiro. Nove anos depois, em 2016, Doca foi solto e voltou ao crime. Recebendo do então chefe da facção, Elias Maluco, a tarefa de gerenciar um ponto de venda de drogas no Complexo da Penha. Com a morte de Elias e de outros chefes em 2020, Doca chega ao posto mais alto do Complexo da Penha — área é considerada o coração do Comando Vermelho. Doca registra 269 anotações criminais por tráfico de drogas, roubo, extorsão, corrupção de menores e organização criminosa. Segundo a polícia, ele comete dezenas de assassinatos. A Justiça já expediu 26 mandados de prisão contra ele. As investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil apontam que Doca está abaixo apenas do número um da facção, o traficante Marcinho VP. Marcinho VP está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Defesa de Marcinho VP pede transferência comparando o traficante com Sérgio Cabral Estratégia em grupo O criminoso monta uma estratégia de guerra para evitar ser capturado e conta com um exército do crime. Este grupo treinado é conhecido como a "Tropa do Urso", que amplia o uso de barricadas nas áreas que domina, bloqueios que dificultam a entrada da polícia. O bando também usa drones para vigiar pontos estratégicos, como se ouve na voz de um operador em material apresentado pelo Fantástico deste domingo (2), veja acima: "Drone do CV". O secretário da Polícia Militar, Marcelo Menezes, afirma que há um exército impedindo que rivais se aproximem desses grandes complexos que eles controlam. Explica que os criminosos dispõem de treinamento de ex-integrantes das Forças Armadas e de forças policiais, que oferecem táticas militares e táticas de guerrilha para que as ações se perpetuem. Nomes conhecidos da “Tropa do Urso”: O braço direito do chefe é Carlos Costa Neves, conhecido como "Gardenal". Gardenal tem autorização para matar os rivais; Pedro Paulo Guedes, o "Pedro Bala", cuida da parte operacional do grupo; A segurança de Doca é organizada por Washington César Braga da Silva, o "Grandão" ou "Síndico da Penha"; Em um vídeo obtido pela polícia, Juan Breno Ramos, o "BMW", ensina um adolescente a atirar, em um treinamento para novatos. Durante o treino, é possível ouvir: "Brabo! É isso menor!". A tropa de Doca aterroriza rivais e moradores da Penha. O grupo também teria sido responsável pelo ataque a uma delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em abril. Comparsas de Doca metralham o local para tentar resgatar um traficante do bando, mas o preso já estava em outra unidade da polícia. Nos últimos anos, eles tomam áreas historicamente dominadas por milícias, no chamado cinturão de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Em outubro de 2023, bandidos armados atacam um grupo de médicos em um quiosque na praia da Barra da Tijuca. As investigações apontam que os assassinos confundem um dos médicos com o chefe de uma milícia. Três pessoas morrem baleadas. Segundo a polícia, Doca autoriza o ataque e, depois de saber do "erro" dos executores, manda matá-los. Além do tráfico de drogas, a facção cobra taxas de transporte, energia, água, internet e gás de cozinha dos moradores. Doca também implanta negócios dentro das comunidades, como um posto de combustível improvisado no Complexo da Penha. A polícia do Rio diz que acompanhou a movimentação de Doca por pelo menos um ano até a operação de terça-feira. O governador do Rio, Cláudio Castro, afirma que a polícia sabia onde ele estava escondido, mas não conseguiu prendê-lo. "Nós sabemos que ele estava ali e grande parte dos que foram no confronto foram para defender o seu líder e nós não cansaremos enquanto não capturarmos ele", disse o governador. Doca, BMW e Gardenal estão foragidos. A reportagem completa sobre o chefe do Comando Vermelho foi exibida pelo Fantástico, da TV Globo. ISSO É FANTÁSTICO O podcast 'Isso É Fantástico' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o 'Isso É Fantástico' no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo.
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Serra da Misericórdia: como o tráfico usa a geografia como ‘fortaleza do crime’ no Rio

Fantástico vai à Serra da Misericórdia, local do confronto mais tenso entre policiais e cr A Serra da Misericórdia, no Rio de Janeiro, é usada pelo tráfico como uma verdadeira “fortaleza do crime”. O momento mais sangrento da megaoperação policial da última terça-feira (28) ocorreu nesse local. O Fantástico teve acesso a áudios e vídeos que revelam a estratégia dos criminosos, mostrando o rastro de destruição e as perguntas que, 15 anos após a ocupação policial de 2010, seguem sem resposta. Terça-feira, 28 de outubro, início da manhã. Uma chuva de tiros é ouvida durante a megaoperação no Rio de Janeiro. Estes são novos registros exclusivos exibidos pela reportagem deste domingo (2), e capturados durante um dos momentos mais tensos da ação. Veja no vídeo acima. Agentes da CORE, a tropa de elite da Polícia Civil, enfrentam traficantes que tentavam escapar pela área de mata. Serra da Misericórdia foi cenário central de tática policial Reprodução Fantástico Vantagem geográfica O cume do crime fica no alto da serra, em meio a vários bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro. A Serra da Misericórdia está localizada entre os Complexos da Penha e do Alemão e é dominada hoje pelo Comando Vermelho. Um local, como explicado pelo ex-comandante da PM-RJ, Ubiratan Angelo, em que a altura proporciona uma vantagem tática. Ele chama essa estratégia de “comandamento”, na qual quem está no alto tem um ângulo de visão muito maior de quem se aproxima. Criminosos camuflados permanecem de tocaia, vigiando a movimentação policial na parte baixa do morro. Em vídeos, bandidos reagem à dificuldade de blindados subirem a serra. Um deles grita: “Olha lá! O blindado não sobe, não, filhão”. Outro debocha das forças de segurança, dizendo que o veículo estava “de castigo lá embaixo”. Por esse domínio, a área é alvo frequente de operações policiais que buscam conter o tráfico e evitar a expansão da facção. O secretário de Segurança Pública do RJ, Victor Santos, afirma que os Complexos da Penha e do Alemão concentram as principais lideranças do Comando Vermelho, cujo QG está no Rio e se expande por outros estados. Já o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, explica que a serra é estratégica porque os criminosos “têm túneis, esconderijos e toda uma estrutura onde podem ficar dias e dias escondidos”. Gif mostra como polícia cercou suspeitos em megaoperação no rio Arte/g1 Contexto histórico Historiadores destacam que quase um milhão de pessoas vive na região, marcada pela violência. Batizada pelos jesuítas no século 19, a Serra da Misericórdia tem importância histórica: forneceu materiais usados na construção de boa parte da cidade, como a Avenida Brasil. O historiador Rafael Mattoso questiona: “Depois de 15 anos de uma suposta pacificação, quais projetos se consolidaram com a intervenção do poder público?”. Imagens mostram criminosos entrando na mata antes do confronto de terça, em uma cena muito parecida com da operação de 2010. Em pouco mais de três minutos, dezenas de traficantes buscam refúgio nas diversas trilhas da serra. O ex-comandante Ubiratan Angelo ressalta que essa fuga por múltiplas rotas é um recurso recorrente e oferece grande vantagem a quem conhece o terreno. O “muro do Bope” Segundo Felipe Curi, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) subiu pela serra enquanto a Polícia Civil e outras equipes empurravam “literalmente esses criminosos para a mata”. Durante a megaoperação, que envolveu 2.500 policiais civis e militares, bandidos queimaram carros para impedir o avanço dos agentes na base da subida. Mesmo sob tiroteio, uma retroescavadeira da PM foi usada para abrir caminho e encurralar os criminosos. As autoridades chamam essa tática de “Muro do Bope”. Segundo Curi, os traficantes tinham duas opções: se render e serem presos ou serem neutralizados, conforme a reação à polícia. 'Muro do Bope': entenda estratégia da polícia em megaoperação mais letal do Rio de Janeiro De acordo com as investigações, entre os mortos, havia mais de 50 traficantes de fora do Rio, vindo de regiões como Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Chefes estaduais do CV mortos na megaoperação Arte/g1 Resultados da megaoperação A operação terminou com 121 mortes, sendo quatro policiais. Pelo menos 78 pessoas tinham envolvimento com tráfico e outros crimes. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes, informou que o confronto durou das 6h às 21h, com intensa resistência. Na manhã seguinte, o Fantástico encontrou barricadas e marcas de incêndio nas ruas. Refazendo o trajeto das forças de segurança, a reportagem registrou marcas de tiros em troncos de árvores e cápsulas no chão, indicando onde os feridos se concentraram. Na madrugada de quarta-feira (29), moradores retiraram corpos encontrados na mata. Não houve perícia no local, e os corpos foram enfileirados em uma praça. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou neste domingo (2), que o governo do Rio preserve todos os elementos materiais da operação, como as perícias. O pedido partiu da Defensoria Pública da União, após a Defensoria Estadual ser impedida de acompanhar presencialmente os exames nos corpos. Moraes é o relator da ação que discute operações nas favelas (ADPF 635). O governo do Rio disse que todas as informações, incluindo os laudos periciais, constarão nos autos do processo e estarão acessíveis às partes envolvidas, e que todo o trabalho é acompanhado pelo Ministério Público. 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Sargento da PM baleado durante operação contra lavagem de dinheiro do PCC recebe alta médica

Sargento do 1º Baep recebe alta após ser baleado em operação 1º Baep O 1º sargento Edil Filomeno Soares, integrante do 1ِº Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), baleado durante a Operação Off White, na última quinta-feira (30), recebeu alta médica na manhã desse domingo (2). A operação foi realizada para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil. Entre eles, o principal chefe em liberdade da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). LEIA TAMBÉM: 'Mijão', 'Dragão' e 'Diabo Loiro': entenda quem é quem na operação contra lavagem de dinheiro do PCC Falsa rendição e tiroteio em condomínio de luxo: suspeito de lavar dinheiro para o PCC morre em operação 'Vou colocar você no prazo': mensagens interceptadas revelam brigas entre alvos de operação Sargento Soares passou por remoção do projétil do ombro e vai passar por acompanhamento para verificar a necessidade de colocar uma prótese devido a uma lesão óssea. O policial foi baleado durante cumprimento de mandado na operação realizada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que teve como alvo integrantes do crime organizado residentes em condomínios de alto padrão em Campinas. Mesmo ferido após a primeira troca de tiros, o sargento conseguiu neutralizar o agressor em um segundo conflito. Segundo o Baep, quatro armas foram apreendidas com o criminoso morto, que seria responsável pela lavagem de dinheiro e tráfico de drogas ligado ao PCC. Ação do Ministério Público e da PM de São Paulo mira lavagem de dinheiro do PCC Principal chefe em liberdade do PCC é um dos alvos Entre os alvos está o principal chefe em liberdade da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”. Mijão segue foragido, mas o filho dele, Sérgio Luiz de Freitas Neto, foi preso nesta quinta. Das nove prisões preventivas decretadas, seis alvos foram capturados pelo 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar, entre eles, o filho do chefe do PCC. Um foi preso na Bahia. Outros dois já estavam presos e um segue foragido. Como camisa da seleção com autógrafo de Neymar apreendida em operação pode ajudar MP a achar chefe do PCC foragido A operação também mira Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Assim como Mijão, Caipira está foragido há anos. Ambos integram a lista de criminosos mais procurados do país, e as últimas informações do MP indicam que estariam na Bolívia. A seguir, veja quem é quem na estrutura revelada pela investigação: Confronto e alvo morto Durante o cumprimento dos mandados, as buscas foram realizadas em condomínios de alto padrão de Campinas, como Alphaville, Entreverdes, Jatibela e Swiss Park, entre outros. Em um deles, no distrito de Sousas, houve confronto entre policiais e um dos investigados. Luís Carlos dos Santos morreu no local, e um policial militar foi baleado e encaminhado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde recebeu atendimento médico. Além dos mandados de prisão, foram emitidos 11 de busca e apreensão. A Justiça também determinou outras medidas, incluindo o bloqueio de 12 imóveis de luxo e de valores em contas bancárias. Os mandados também foram cumpridos ao longo da manhã em Mogi Guaçu (SP) e Artur Nogueira (SP). Infográfico - Operação em Campinas mira principal chefe do PCC foragido, agiotas e influenciadores Arte/g1 Desdobramento de outras operações A ação é um desdobramento das operações “Linha Vermelha” e “Pronta Resposta”, que desarticularam em agosto um plano do PCC para assassinar o promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, em Campinas. A partir da análise do material apreendido nessas ações, promotores e policiais descobriram novos esquemas criminosos que conectavam empresários e traficantes. A investigação mostrou que os criminosos realizaram diversas transações financeiras para disfarçar a origem do dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, utilizavam diferentes estratégias, incluindo o uso de empresas e atividades aparentemente lícitas para lavar os valores ilícitos. Em certo momento, surgiram brigas e desentendimentos entre os integrantes do grupo. Foi nesse período que eles fizeram várias transações de imóveis e movimentações financeiras para espalhar o patrimônio e esconder quem eram os verdadeiros donos e de onde vinha o dinheiro, e essas operações acabaram sendo descobertas pelo Ministério Público. Operação mira esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil Polícia Militar/Divulgação VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas
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Exclusivo: Câmeras corporais registram troca de tiros, momentos de tensão e o resgate dramático de policiais sob fogo cruzado no Rio

Câmeras corporais registram troca de tiros e resgate de policiais Parece cena de filme de guerra, mas é a realidade do Rio de Janeiro. Imagens exibidas pelo Fantástico deste domingo (2) mostram a megaoperação da última semana do ponto de vista de drones e das câmeras corporais instaladas nos uniformes dos agentes policiais que participaram da ação (veja no vídeo acima). Em uma operação contra o Comando Vermelho, policiais militares enfrentaram quase 18 horas de confronto em áreas de mata e comunidades da capital fluminense. Ao todo, 121 pessoas morreram — entre eles quatro policiais. As imagens mostram o cerco aos criminosos no meio da mata, o uso de bombas de gás lacrimogêneo e o momento exato em que os policiais decidem revidar sob intenso fogo cruzado. As cenas também registram o momento em que agentes foram atingidos. Um deles, o sargento Cleiton Serafim Gonçalves, foi atingido durante o resgate de outro colega da corporação e não resistiu. Ele foi um dos quatro policiais mortos na operação. Imagens de câmeras corporais mostram policial morto tentando resgatar colega baleado Reprodução Fantástico O governo diz que parte das gravações foi perdida. De acordo com o comando da Polícia Militar, algumas câmeras ficaram sem bateria por causa do longo tempo de operação e pararam de gravar. “Essas câmeras estão sendo disponibilizadas para os órgãos de controle, para que a gente possa ter toda a transparência necessária”, afirmou o governador do Rio Cláudio Castro. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida.
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Megaoperação no Rio: imagens inéditas mostram criminosos fortemente armados, rendição de suspeitos e resgate de policiais feridos

Operação mais letal do Rio de Janeiro Imagens exclusivas exibidas pelo Fantástico neste domingo (2) mostram criminosos fortemente armados aguardando a chegada da polícia no alto do morro durante a megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro na última semana. Ainda era de madrugada de terça-feira, 28 de outubro, quando 2.500 policiais civis e militares chegaram aos complexos da Penha e do Alemão. A medida que os agentes avançam, o tiroteio se intensifica. Imagens exclusivas feitas pela inteligência da polícia mostram os bandidos fortemente armados reunidos bem no alto do morro. Quase todos vestem roupas pretas ou camufladas. E à medida que o tiroteio avança, eles correm para se esconder no topo da mata da Serra da Misericórdia. Enquanto os bandidos fogem, a polícia avança por várias entradas dos complexos. Equipes do BOPE, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, entraram pelo Complexo do Alemão e fizeram uma barreira na mata que dá acesso ao Complexo da Penha. O Batalhão de Choque entrou pela Vila Cruzeiro, uma das favelas do Complexo da Penha, e do outro lado entraram os agentes da Polícia Civil. Juntos com esses agentes, estavam Marcello Dórea e Jadson Marques. Eles são repórteres cinematográficos independentes que se especializaram na cobertura de operações policiais no Rio de Janeiro. "A polícia ia progredindo e tiro por tudo que é lado. Nunca vi tanto tiro na minha vida", afirma Marcello. Jadson acompanhou um dos momentos mais dramáticos da operação. Quando os policiais civis tentavam resgatar um colega, o delegado Bernardo Leal, baleado na perna. Os agentes precisaram quebrar a parede de uma casa, já que era impossível sair do beco onde estavam. “Quando conseguiram tirar o delegado, eles tiveram que improvisar um pedaço de madeira, amarrar um tipo de tipoia, que eles dão o nome, na perna, para poder tentar amenizar o ferimento. E mesmo assim, os tiros não paravam, continuavam os tiros, no meio do resgate ainda”, conta Jadson. Os agentes colocaram o delegado em uma moto para levá-lo para o socorro. Enquanto isso, do outro lado, no alto do Complexo da Penha, o drone da polícia registrou mais um confronto. Um grupo de seis policiais chegou ao início da mata. Eles se aproximaram e, de repente, pareceram se deparar com um grupo de bandidos, sendo atacados com dezenas de tiros. Dois policiais caíram no chão e se arrastaram para se proteger; um deles foi ferido na mão e o outro na barriga, chamando reforço por telefone. Um outro agente, Rodrigo Cabral, chegou para socorrer um colega. Segundos depois de entrar na mata, eles foram atacados novamente, e Rodrigo foi baleado na cabeça. Ele só foi resgatado quando policiais do BOPE conseguiram chegar rastejando até o corpo. O resgate foi difícil, porque muito perto da equipe havia criminosos escondidos e atacando os policiais. Rodrigo morreu na hora. Imagens mostra resgate de delegado durante operação Reprodução/TV Globo Rendição Já passava das duas da tarde quando a equipe de policiais que Jadson acompanhava chegou a uma casa onde um grupo de criminosos estava escondido. “Os policiais do Choque descobriram que eles estavam ali escondidos e negociaram para se entregar. Eles não queriam se entregar. Eu fui lá e conversei um pouco com eles: ‘irmão, eu sou jornalista, estou aqui, vou registrar tudo, pode se entregar’. Aí eles, sim, se entregaram. Eles começaram a sair de um a um”, conta Jadson. Outro vídeo, gravado pelos criminosos, mostra o momento da rendição: “Nós vai descer. Qual é, rapaziada, um atrás do outro, ninguém com nada. Tá geral sem camisa, pegou a visão? Tá geral sem camisa, nós vai descer aqui devagar, hein?! Sem esculacho, mano, vai sair geral. Sem esculacho”, diz um homem. Segundo a polícia, 26 pessoas foram presas nessa casa. 26 pessoas foram presas em uma só casa durante a operação Reprodução/Fantástico Quase no fim da tarde, Jadson e Marcelo deixaram a região com as equipes que acompanhavam. Enquanto isso, o conflito continuava na mata, no alto do Complexo, na Serra da Misericórdia, onde ocorreu o confronto mais violento da operação. A polícia conseguiu cercar os bandidos. Foi ali o maior número de mortes. Os impactos da ação A reação do tráfico foi para as ruas, e o Rio de Janeiro parou. A população tentou chegar o quanto antes em casa. Transportes públicos ficaram lotados e milhares de pessoas voltaram a pé. Foram cerca de 18 horas de operação, que se estenderam pela noite. A última imagem, feita por um morador, mostra dois blindados deixando a favela por volta de 22h. Mas o que aconteceu ali só seria visto no dia seguinte. Na manhã de quarta-feira, moradores se reuniram na Praça São Lucas, na região do Complexo da Penha, trazendo dezenas de corpos encontrados na mata durante a madrugada — uma cena que marca para sempre a história da cidade. Moradores levaram corpos da mata até uma praça Reprodução/Fantástico No total, 121 pessoas foram mortas. Entre elas, 115 já foram identificadas, e 88 tinham anotações criminais e 66 eram de outros estados. Entre os mortos, quatro eram policiais: dois civis e dois militares. O inspetor Marcos Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos; Os sargentos da tropa de elite da Polícia Militar Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39; O agente Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, que havia se formado há apenas 40 dias. Outros 15 policiais ficaram feridos, três em estado gravíssimo, entre eles o delegado adjunto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes Bernardo Leal, que teve parte da perna amputada. Quatro pessoas foram atingidas por balas perdidas. Um homem em situação de rua e outro que estava em um ferro-velho estão internados. Uma mulher foi ferida dentro de uma academia em um bairro próximo e já recebeu alta. O mototaxista João Paulo contou que foi baleado no pé enquanto trabalhava. O foco principal da ação e liderança principal do Comando Vermelho, Doca, não foi encontrado. O que disseram as autoridades Em entrevista para o Fantástico, o governador Cláudio Castro aprovou o resultado da operação: “Operação necessária. Operação necessária para combater a criminalidade, para acabar com o terror que acontece na vida das pessoas todo dia. Ela foi essencialmente necessária”, afirmou. Questionado sobre mais de 100 corpos encontrados na mata, o governador disse: “113 presos se renderam, tão presos. Vão responder o devido processo legal. Quem quis ir para a mata, quem quis enfrentar, encontrou de frente as duas forças mais bem preparadas do Brasil, o BOPE e a Core", disse. O ministro da Justiça veio ao Rio para se reunir com autoridades estaduais. Ricardo Lewandowski e o governador Cláudio Castro anunciaram a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, com o objetivo de compartilhar informações e promover ações integradas entre as forças de segurança. “Nós vamos conjugar as forças federais com as forças estaduais para resolver rapidamente, celeremente, os problemas com os quais nos deparamos para a solução dessa crise", disse Lewandowski. Na quinta-feira, Cláudio Castro se reuniu com outros cinco governadores para definir estratégias de combate ao crime organizado e cooperação entre os estados. Na sexta, o governo federal enviou ao Congresso um projeto que endurece as penas de integrantes de organizações criminosas. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida.
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Vendedor de velas é baleado dentro de cemitério em Imperatriz

Vendedor de velas sofre tentativa de homicídio em cemitério de Imperatriz Reprodução/Redes Sociais Um vendedor ambulante que comercializava velas foi vítima de uma tentativa de homicídio na manhã deste domingo (2), no cemitério Jardim das Rosas, no bairro Parque Alvorada 1, em Imperatriz. Segundo testemunhas, dois homens pularam o muro do cemitério e atiraram contra a vítima, que foi atingida no joelho. Após os disparos, os suspeitos fugiram sem ser identificados. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Maranhão no WhatsApp A vítima foi socorrida e retirada do local para aguardar atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que realizou os primeiros cuidados. O caso foi registrado na Polícia Civil, que investiga a motivação do crime e trabalha para identificar os autores. Veja os vídeos que estão em alta no g1
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Três brasileiros de Rio das Ostras são presos na Argentina suspeitos de ligação com o Comando Vermelho

A principal linha de investigação é de que os brasileiros cruzaram a fronteira para escapar da repressão policial após a megaoperação policial no Rio de Janeiro. Reprodução/Inter TV Três moradores de Rio das Ostras, na Região dos Lagos do Rio, foram presos nesta sexta-feira (31) na província argentina de Misiones, acusados de entrar ilegalmente no país e de manter vínculos com o Comando Vermelho. A detenção ocorreu em Alba Posse, cidade que faz fronteira com o Rio Grande do Sul, em uma área de mata próxima ao Rio Uruguai. Os presos foram identificados como Ednei Carlos dos Santos, de 25 anos, Luis Eduardo Teixeira de Souza, de 23, e Jackson Santos de Jesús, de 35. Segundo nota divulgada pela Polícia de Misiones, dois dos detidos têm antecedentes por tráfico de drogas e o terceiro já respondeu por lesão corporal. Ainda de acordo com o comunicado, eles não apresentaram justificativa para a entrada em território argentino e foram levados à delegacia sob forte esquema de segurança. “Até que informações oficiais sejam recebidas do Brasil, os três permanecerão sob custódia à disposição da Justiça”, informou a corporação argentina As autoridades de Misiones informaram que estão em contato direto com polícias de diversos estados brasileiros, entre eles Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para confirmar se o trio realmente faz parte da facção criminosa. A principal linha de investigação é de que os brasileiros cruzaram a fronteira para escapar da repressão policial após a megaoperação no Rio de Janeiro, realizada nesta semana em comunidades dos Complexos da Penha e Alemão, que prendeu mais de 100 criminosos, segundo o governo do estado. Diante da suspeita de que integrantes de facções pudessem buscar refúgio em países vizinhos, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, determinou o reforço no controle das passagens de fronteira. Em Misiones, a medida incluiu o aumento de efetivos em áreas rurais, o uso de drones para monitoramento e a intensificação das patrulhas fluviais, especialmente em regiões consideradas estratégicas para o contrabando e o tráfico internacional de drogas. Valor das armas apreendidas durante megaoperação contra o CV ultrapassa os R$ 10 milhões
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Flores, caveiras e memórias: as celebrações do Dia dos Mortos no México; FOTOS

As celebrações do Dia dos Mortos no México Flores, caveiras, esqueletos, momentos íntimos e memórias: no México, o Dia dos Mortos mexe com as emoções por aqueles que já não estão mais aqui, ao mesmo tempo em que é motivo de celebração. Milhões de pessoas homenagearam seus entes queridos falecidos nos últimos dias com as tradicionais “oferendas” — altares com fotos e objetos que eles apreciavam em vida. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça No sábado (1º), quase um milhão e meio de pessoas compareceram a um desfile realizado pelas autoridades da Cidade do México, no qual predominavam caveiras e esqueletos dançantes. (veja fotos no fim desta reportagem) Um casal vestido como La Catrina e El Catrín posa na rua durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP Celebração à Santa Morte Dezenas de pessoas se reuniram na sexta-feira (31) no bairro de Tepito, uma área popular da capital mexicana, onde se celebra o culto à Santa Morte. O chamado "Barrio Bravo", também conhecido por ser uma área violenta da capital, abriga um dos principais santuários desta divindade, que não é reconhecida pela Igreja Católica. A Santa Morte é representada por uma escultura munida de uma foice e um globo terrestre. Seus devotos vão até ela para pedir diversos milagres. Multidão participa do Grande Desfile em celebração ao Dia dos Mortos na Cidade do México, em 1º de novembro de 2025. Carl de Souza/AFP Entre caveiras e flores As autoridades da Cidade do México organizam todos os anos um desfile do Dia dos Mortos na avenida Paseo de la Reforma, uma das mais importantes da capital. Nestas datas, a cidade se enche com as cores amarela e laranja das tradicionais flores de cempasúchil. Caveiras coloridas e efígies gigantescas de esqueletos desfilam pelas ruas para comemorar a data. Essas imagens provêm da chamada "Catrina", uma caveira criada no início do século XX pelo artista mexicano José Guadalupe Posada, que se tornou o emblema da celebração. Multidão participa do Grande Desfile em celebração ao Dia dos Mortos na Cidade do México, em 1º de novembro de 2025. CARL DE SOUZA / AFP Celebração íntima Ao mesmo tempo, milhares de famílias organizam "oferendas" para lembrar seus parentes falecidos, seja em suas casas ou nos cemitérios. Tradicionalmente, em uma oferenda são colocadas as flores de cempasúchil e o retrato daqueles que já se foram, assim como a música e a bebida de que gostavam em vida. Também são colocadas velas, que simbolizam o caminho para que os mortos voltem para casa, e o Pão de Morto, um pão doce açucarado com uma forma que representa o crânio e os ossos daqueles que já faleceram. Uma mulher vestida como La Catrina permanece junto ao altar montado em memória de seus entes queridos durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP Um homem usando uma máscara de caveira tira uma selfie com um integrante da Unidade Metropolitana de Operações Especiais (UMOE) que também usa máscara, antes do Grande Desfile em comemoração ao Dia dos Mortos na Cidade do México, em 1º de novembro de 2025. CARL DE SOUZA / AFP Cabeça de um porco colocada em um altar em memória dos entes queridos de uma família durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP Uma mulher vestida como La Catrina permanece junto ao altar montado em memória de seus entes queridos durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP Um altar em memória dos entes queridos de uma família durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP Uma mulher vestida como La Catrina posa ao lado de uma vitrine de sapatos durante a celebração do Dia dos Mortos em Naolinco de Victoria, no estado de Veracruz, México, em 2 de novembro de 2025. Antonio Martinez/AFP
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